Tendências para o varejo em 2019
Inteligência Artificial
Mais do que uma tendência, a Inteligência Artificial, vem se integrando ano a ano em diversas soluções, seja no ambiente de varejo, nas tarefas domésticas ou no controle das mídias. Mais uma vez essa tecnologia é apontada como destaque para um novo ano.
A Inteligência Artificial está se tornando uma ferramenta valiosa na personalização dos serviços como já falei em outro artigo. A tecnologia vai estar presente em todas as etapas da jornada de compra do consumidor e em vários aspectos do dia a dia. O poder computacional e a programação inteligente vão permitir entender antecipadamente as necessidades do consumidor e fazer com que a sua experiência seja otimizada e melhorada.
Comandos de voz já podem acionar dispositivos e iniciar tarefas de forma inteligente. Imagine que o seu micro-ondas vai responder ao seu comando de voz e executar sua tarefa sabendo exatamente o tempo e a potência necessários sem que você precise decifrar os inúmeros comandos de seu teclado.
A capacidade computacional dos dispositivos, seja um notebook ou um smartphone, vai permitir que qualquer pessoa crie imagens cada vez mais realistas geradas por aplicativos ou programação própria. Conteúdos textuais também podem ser “escritos” por IA e o aparecimento de celebridades/influenciadores virtuais já nos mostra que o que antes era ficção científica já está acontecendo. Um exemplo é o da influenciadora Lil Miquela com mais de um milhão de seguidores no Instagram.
Mas com a consolidação dessa tecnologia, o consumidor cada vez mais preocupado com a exposição de seus dados, vai exigir o respeito a padrões éticos e isso ainda vai ser assunto para inúmeras discussões.
Lojas como ponto de experiência de novas tecnologias e convivência
Muitos varejistas estão usando suas lojas físicas como espaço de experimentação de novas tecnologias. Marcas como a Nike por exemplo, com sua Flagship “House of Innovation”, aproveitam para testar os conceitos de personalização de produtos. Cada vez mais a massificação dá lugar ao um para um.

Se você quiser ler mais sobre as tendências para 2019, veja os artigos Contexto dentro da loja física e Inteligência artificial na personalização de serviços.
Mas a da Nike é mais do que apenas recursos chamativos. É também uma lição de tecnologia móvel que realmente adiciona utilidade (e conveniência) ao comprador. Com os usuários cada vez mais conectados, toda e qualquer informação relevante deve estar disponível em seus smartphones. Checkouts, busca por produtos em estoque, informações sobre procedência e composição de produtos, agora devem estar na mão dos consumidores.
Não só a tecnologia pode ajudar a modificar a experiência em uma loja física, os espaços de convivência também se tornam cada vez mais importante. Já apontado como tendência em anos anteriores, as lojas deixam de ser pontos de venda e passam a ser pontos de encontro. No mercado de livros que vem sofrendo, principalmente aqui no Brasil, vemos o exemplo da Barnes & Noble, que focou na interação social em suas lojas em parceira com a Starbucks. Se antes a área dos cafés estava restrita a um pequeno espaço em um canto escondido da loja, hoje ocupa lugar de destaque e cria um senso de comunidade para seus frequentadores. Isso não é novidade por aqui, talvez o desafio seja tornar a loja em um ponto de convivência da comunidade local e não apenas mais uma loja com um café dentro.

Crédito: Barnes & Noble
Os nativos digitais DTC (direto ao consumidor) versus os grandes varejistas criando marcas próprias
Uma série de marcas surgiram com o conceito de vendas de produtos direto ao consumidor (DTC). A “Netflix dos óculos”, Warby Parker é um exemplo desse modelo de e-commerce que partiu para a criação de lojas físicas acreditando na intersecção entre o e-commerce e as operações físicas. Embora a tecnologia tenha contribuído para reduzir a barreira da experimentação dos óculos com soluções digitais que envolviam até reconhecimento facial, a marca resolveu quebrar essa barreira com a criação de lojas físicas e em 2017 chegou a inaugurar três lojas físicas em menos de 15 dias.
A experiência do cliente e a exposição da marca ajudam a alavancar ainda mais o negócio que já oferece testes de visão on-line que permite medir a acuidade visual por meio de um aplicativo e o resultado é enviado para um especialista afiliado que determina se houve alguma alteração desde o último exame, facilitando a prescrição de novas lentes.
Do lado oposto, os grandes varejistas acostumados com a operação física e com a diversidade de marcas em seus negócios, partiram para a criação de marcas próprias para oferecer ao cliente ofertas exclusivas e proteger suas próprias margens. Os exemplos mais conhecidos são os da Target, Amazon e Walmart. A Target já lançou desde 2016 cerca de 20 marcas próprias que vão de vestuário a cuidados pessoais. O sucesso dessas marcas ajudou a fortalecer a própria marca Target e a renovar suas lojas e sua presença digital. Para o varejista que quiser obter um maior retorno com essa estratégia é bom lembrar que será necessário investir na visibilidade on-line dessas marcas. Um relatório do Gartner em 2018 recomenda que os varejistas otimizem essas marcas nas buscas orgânicas e equilibrem a visibilidade da marca de varejo e de suas marcas próprias.
No meio de tanta tecnologia o consumidor será sempre o fator determinante para o sucesso de qualquer estratégia. E cada vez mais a personalização de serviços e produtos vai determinar o que será sucesso ou fracasso.